AVISO DE AUSÊNCIA
AMIGOS: ESTAREI AUSENTE DO
BLOG, NESTE FIM DE SEMANA. MAS NÃO SE PREOCUPEM: ESTÁ TUDO BEM COMIGO. O MOTIVO
É DE ALEGRIA, NÃO DE PREOCUPAÇÃO.
Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...
AMIGOS: ESTAREI AUSENTE DO
BLOG, NESTE FIM DE SEMANA. MAS NÃO SE PREOCUPEM: ESTÁ TUDO BEM COMIGO. O MOTIVO
É DE ALEGRIA, NÃO DE PREOCUPAÇÃO.
Todos
procuram entender o sentido da vida.
Mas
poucos o conseguem; porque os homens não a veem como ela é. Enxergam a vida
através dos seus próprios desejos e dos seus próprios pensamentos; e a Vida vai
muito além disso.
Assim,
transformam a vida em uma busca incessante daquilo que mais importante lhes
parece; e se esquecem de simplesmente viver. Perdem muitos dos momentos que
viveriam.
Eis
que alguns se encarniçam em busca de riqueza, ou poder; outros procuram por
segurança ou conforto; outros se desesperam por saúde; ou por amor. E se angustiam
nessa busca vã.
Porque
todas essas coisas podem fazer parte da vida, mas não importam mais do que
viver; não nos podem fazer esquecer a beleza que é estar vivo. E a Vida é muito
mais do que isso.
Sim:
a Vida está muito além de nossos desejos e pensamentos; está além do tempo e do
espaço, e até mesmo do que chamamos de vida. Está em todos os lugares, em tudo
que existe.
Está
no mar, onde banhamos os nossos corpos e nadam incontáveis peixes, de todos os
tamanhos e formas. Está no céu, de onde vem o ar que respiramos e onde as aves
voam, elegantes.
A
Vida está no espermatozoide minúsculo, que fecunda o óvulo acolhedor; está no
ventre que cresce e de onde sairá uma nova forma de vida. Nos abraços e gemidos
daqueles que a geraram.
Está
na rosa que apodrece sobre o chão e se transforma em adubo, para que outras
rosas possam brotar. E na carcaça inerte do animal, onde os abutres se
alimentam para seguir vivendo.
Sim:
eu vos digo que, mesmo naquilo a que chamais de morte, existe Vida. Porque nada
se perde, tudo se transforma; e a Vida se perpetua, por ser a própria arte e
razão da transformação.
Olhai
ao vosso redor, e em tudo que vereis existirá Vida; a começar por vossos
próprios olhos vivos, que enviam as mensagens ao vosso cérebro vivo. Tudo que
vedes é Vida transformada.
Mas,
por incrível que pareça, ao buscar o sentido da Vida, o homem dela se perde. Como
alguém que, preocupado em fotografar os bons momentos que vive, deixa de
desfrutar deles.
Não
vos preocupeis, portanto, em encontrar qualquer sentido na vida; porque ele não
necessariamente existe. O sentido de vida da rosa será, talvez, perfumar o ar e
espalhar a beleza ao redor.
Cuidai,
sim, de viver. De sentir a Vida em cada momento; na chuva que cai, ou no sol
que brilha; na luminosidade do dia ou na penumbra da noite; no amor, ou na
saudade, que se alternam.
Porque
a Vida não precisa ter sentido: é a Vida!
Em que toda a vida vos parece sem
sentido; em que todo o esforço se vos afigura inútil. Em que derramais, sobre
as cores da existência, a tinta negra da desesperança.
Como se as nuvens de chuva pudessem
apagar as estrelas, e não apenas ocultar temporariamente o seu esplendor. Como
se as angústias de uma noite durassem para sempre e não fugissem aos primeiros
raios do sol.
Como se a Tristeza e a Felicidade não
alternassem as visitas que fazem aos vossos corações.
E, entretanto, assim tem sido desde o
início dos tempos.
Porque, como o aço é forjado entre o
calor e o frio, é entre o sofrimento e a alegria que o vosso verdadeiro Eu
atinge a sua plenitude. E o sorriso não vos é mais necessário que as lágrimas.
Por que, então, abrigar a desesperança?
Não sabeis, acaso, que as vossas agruras
de hoje, em breve irão juntar-se às muitas que hoje não passam de lembranças?
Por que sofrer pelo passado de amanhã?
Tendes observado a Natureza e sabeis que à chuva sempre sobrevém o sol, porque é esta a lei do Universo. Observai a vossa vida e descobrireis que ao sofrimento sempre sucede a alegria, porque é esta a lei do aprendizado.
E o que somos, senão aprendizes?
Sucumbindo ao desespero tornais inútil o
vosso próprio sofrimento, desprezando as lições que nele se encerram. Aprendei
a valorizar os vossos momentos de tristeza, como desfrutais dos instantes de
alegria.
Quando a bruma do desânimo buscar
tolher-vos a visão, encontrai as forças necessárias e podereis descortinar as
montanhas das vossas esperanças. Àquele que olha sempre para o céu, a lama do
caminho pode apenas respingar os pés; jamais impedirá a sua jornada.
Buscai, sempre, o vosso autoconhecimento;
através dele, podereis atingir o conhecimento do que vos cerca e descobrir que
muito mais coisas existem do que podeis imaginar.
Então, sereis verdadeiramente capazes de
ver. E os vossos olhos, livres da névoa dos desejos, vos indicarão o caminho a
seguir; aquele que todos devemos percorrer.
E, embora nesse caminho não existam
apenas flores, tereis aprendido a lidar com os espinhos. Também não esperareis
encontrar apenas planícies, mas sabereis como escalar as montanhas; e não
encontrareis apenas a brisa do sorriso, mas sabereis lidar com os ventos do
pranto.
Jamais devereis desanimar. Pois a
tristeza é passageira, como a alegria.
E, se ambas existem, é para que possais
abrir os olhos que, um dia, vos permitirão enxergar a vida como ela é, e não
como imaginais que seja.
Os olhos do vosso Verdadeiro Eu.
Do meu livro A Sabedoria de Hassan, disponível na Amazon.
As suas faces são muito parecidas; e são iguais as suas vestes,
e as mesmas as suas palavras.
E
isto acontece porque assim quer o homem, que muitas vezes prefere aceitar as
mentiras que o envaidecem, às verdades que o desagradam.
Conta-se
que houve um dia em que dois amigos viajavam juntos pelas estradas de suas
vidas; encontraram a Verdade e a Mentira, e com elas seguiram a
conversar.
Mas
a Verdade e a Mentira são como o Céu e a Terra; que, embora pareçam tocar-se no
horizonte, não conseguem caminhar juntos.
Assim,
logo se separaram; e cada uma conversava com um dos viajantes.
E,
como os homens conversam sempre sobre os mesmos assuntos, ambos falaram sobre
si próprios. Contaram da sua sabedoria, das suas qualidades, dos seus sonhos e
projetos.
A
Mentira mostrou-se embevecida. E animou o interlocutor que lhe coube; gabou a sua
sabedoria, as suas qualidades. Discorreu sobre a grandiosidade dos seus sonhos,
o acerto dos seus projetos.
E
a Verdade, depois de ouvir, buscou as palavras mais doces para não ofender quem
lhe falava. Com elas procurou mostrar as suas qualidades e defeitos, os erros e
os acertos de seus projetos; dimensionar os seus sonhos.
Pois
são estas as diferenças entre a Mentira e a Verdade: uma acalenta, a outra
desperta; uma oferece a glória, a outra a luta. Uma faz sonhar, a outra ensina
como realizar os sonhos.
Assim,
caminharam os quatro. E, enquanto um ouviu apenas o que queria ouvir, o outro
ouviu aquilo que precisava ouvir.
Enfim,
chegaram ao ponto em que se separavam as estradas. E os dois amigos
despediram-se das duas irmãs, e voltaram a seguir os seus caminhos.
Então,
disse o que conversara com a Mentira:
-
Acabo de conversar com a Verdade.
E o outro, o que conversara com a Verdade:
-
Foste feliz. A mim, coube a Mentira.
Buscais a magia.
Como se fosse algo
capaz de resolver todas as vossas dificuldades. Como se pessoas existissem, que
não estivessem sujeitas às regras do Universo.
Acreditais, acaso, que
exista um único peixe cuja vida não obedeça ao que lhe determina o mar?
Não vos ocorre que, se
alguém pudesse manipular forças ocultas, antes de por dinheiro oferecer os seus
serviços, trataria de obter para si próprio o que lhe fostes pedir?
Deixai-me rir da vossa
ingenuidade.
Pois é sabido que
apenas o Amor pode levar o homem a encher o prato de outrem, antes que esteja
cheio o seu próprio prato. E, por certo, não vos ama aquele que vos cobra pela
ajuda.
Guardai-vos, portanto,
dos falsos magos; como o deveis fazer dos falsos profetas. Pois uns e outros
não vos trarão senão esperanças passageiras e duradouras desilusões.
De pronto os
reconhecereis: são aqueles que vos garantem operar prodígios, e os que falam
como se por suas bocas falasse sempre a própria Verdade.
Pois os que falam bem
de si próprios, nada fazem senão tentar convencer-vos de algo em que eles
mesmos não acreditam. E os que se julgam donos da verdade, apenas espalham as
próprias mentiras.
Aprendei que o
iluminado não enaltece a própria luz. Antes a oferece, por saber que a luz não
lhe pertence e apenas lhe foi confiada, para que a pudesse distribuir por seus
irmãos.
Aquele que encontrou a
sua verdade sabe que cada homem tem uma verdade própria. E, ao oferecer a que
encontrou, apenas espera que cada um, ao ouvi-lo, possa descobrir a verdade que
em si mesmo existe.
Não penseis,
entretanto, que não exista a magia.
Quem assim pensa,
jamais esteve enamorado. Pois o amor é a mais forte das magias, fazendo nascer
um mundo novo para aquele em que toca as suas asas.
A magia existe. E está
à vossa volta:
- na ave
que se eleva aos céus, vencendo a gravidade
- na rosa,
que surge do botão para espalhar a beleza
- na
gotícula do sêmen, que se transforma em um novo ser
- nos
sonhos, que vos visitam durante a noite
- na alternância entre
o sol e a lua.
Sim; a magia vos cerca.
E está também em vós; nos vossos sentimentos, nas vossas emoções e no mais
simples dos vossos pensamentos. No
verdadeiro Eu, que vos torna capazes de pensar e sentir.
Viveis entre a magia,
na magia e da magia. Entretanto, à procura de coisas que vos pareçam
miraculosas, não vedes os milagres que vos parecem coisas comuns. Mais uma vez
os vossos olhos vos cegam, os ouvidos vos ensurdecem e a ânsia da busca não vos
permite encontrar o que buscais.
Não é nos que se dizem magos, que encontrareis
a magia; como não é nos que se dizem profetas, que ouvireis a voz do Universo.
O que promete, não é aquele que pode e quer dar; este, simplesmente, dá.
Não procurais a fruta,
senão na árvore; como não procurais o peixe, senão na água. Assim, a cada coisa
deveis procurar onde a podeis encontrar.
Buscai, pois, a magia
onde a encontrareis: na Natureza, em vós mesmos, em tudo o que vos possa ligar
ao Coração do Universo.
E não espereis que ela
vos apareça sob a forma de milagre. Pois as Leis existem, e por ninguém podem
ser desobedecidas. Assim, àquele que se deseja tornar um mago, cabe aprender a
interpretar a Lei.
Como aquele que se
pretende tornar um profeta, não pode pretender que seja aceita a sua verdade.
Deve, antes, aprender a respeitar as verdades dos seus irmãos; pois, assim como
a planta não brota senão da semente, não surge o conhecimento senão da procura.
E àquele que não sabe
ouvir, não cabe o direito de ser ouvido.
Eu vos digo que a magia
não se encontra ao alcance de vossas mãos, nem à vista de vossos olhos, nem sob
o poder da vossa bolsa.
Mas em vosso verdadeiro
Eu.
Do meu livro Hassan, à venda na Amazon.
Mãe,
nada te devo agradecer.
Acaso agradece a planta ao solo fértil, que protege a semente e a faz brotar?
Ou o estudante ao livro, que lhe tramite o saber?
Agradece o homem ao sol, que lhe fornece o calor necessário à vida?
Ou à noite, em cujos braços encontra a paz para o descanso de que precisa?
Nada te devo agradecer.
Pois aquele que agradece a quem o perdoa, ofende à própria essência desse perdão.
Assim como quem agradece a quem lhe trouxe o amor, ofende ao próprio amor.
É do teu jeito de ser, viver o amor.
E derramar amor sobre aqueles que te cercam; como o céu derrama sobre a terra a chuva que lhe sobra.
As tuas censuras são como o vento, que ao porto seguro busca conduzir o barco errante.
E a tua compreensão é como a brisa, que retempera o desnorteado viajante.
Não posso, sequer, dizer que te entendo.
Pois como pode alguém entender a quem ama?
Mas sei que, quando choras, tentas evitar que corram as minhas próprias lágrimas.
E, quando sorris, desejas dividir comigo a tua alegria.
Entretanto, nada te devo agradecer.
Pois não agradece o homem à fruta generosa, que mata a sua fome.
Ou à água cristalina, que lhe sacia a sede.
Para isso foram criadas pelo Pai, assim como são.
Por isso, nada te devo agradecer.
Mas mil vezes agradeço a Deus, por seres minha mãe!
Do meu livro "A Sabedoria de Hassan", disponível na Amazon.
Vossos
sonhos não são as vossas mentiras.
São
a mais verdadeira expressão das vossas vontades e dos vossos desejos.
Assim
como o verso mais lindo é aquele que o poeta não escreveu, pelo temor de
desnudar a sua alma ante o mundo.
Vossos
sonhos não como pombas que soltais ao espaço.
São,
antes, como águias cujas asas vos transportam aos céus.
E
a realidade não é como uma prisão que vos encerre.
É
o mar imenso, que vos recebe como peixes de rumo indeciso, e aceita o colorido
das conchas que são os vossos sonhos.
E
os sonhos seriam, sem a realidade:
Como
as flores sem a planta,
Como
as tintas sem a tela,
Como
o sorriso sem os lábios.
E
eu vos digo que a beleza maior dos sonhos está em serem apenas sonhados.
E
que, quando os alcançardes, sempre os vereis definhar e fenecer.
Pois
a esperança resiste a tudo, menos à certeza.
Guardai-vos
de viver sem sonhos; e de permitir que os sonhos vos façam perder o contato com
a realidade.
Pois,
se esta vos alimenta o corpo, aqueles vos alimentam a alma.
Comei,
portanto, do pão da realidade; e repousai na maciez dos sonhos.
Pois,
para existirdes, necessitais do corpo como da alma.
A
chuva, tão real, que traz o frio ao corpo molhado,
É a mesma que faz abrir a rosa, cuja beleza vos aquece o coração.